The Flash e a celebração da nerdice!

O texto a seguir contém SPOILERS da 1ª temporada de The Flash. Se você ainda não viu, corra o mais rápido que puder para redimir esse pecado!
Quando a DC abraça seu lado colorido e decide brincar um pouco de ser Marvel, o resultado é incrível! The Flash é a série que todos estavam esperando, ou melhor, é a série que todos nós merecíamos. Passando por cima dos erros como um verdadeiro raio, a primeira temporada mostra o quanto é legal espiar por entre as fendas temporais. Infinitas possibilidades, meus amigos. Infinitas possibilidades.


Surgindo como um tipo de spin-off de Arrow, a série levantou inúmeras dúvidas no início. E como toda primeira temporada que se preze, ignorou os velhos questionamentos para dar lugar a novas questões. E vamos concordar, são questões que valem a pena ser discutidas. Ser ou não fã do Flash não é um problema. Se você é leigo, vai poder se deliciar com a trama que mistura ação, romance (do jeito que a Warner gosta…) e muita, mas muita ficção científica. Mas se você é fã, aí meu camarada assistir cada episódio e pegar todas as referências é como um dia feliz no parque.


Se Arrow ainda não soube entregar um herói para que possamos acompanhar sua jornada, The Flash nos presenteia com um super-herói, no melhor sentido da palavra. Ver Barry Allen amadurecendo por baixo da máscara, e até mesmo sem ela, é deliciosamente prazeroso. E que grata surpresa é ver o quanto Grant Gustin – tão massacrado por seu passado em Glee – se entregou para viver o personagem. O carisma do ator faz com que você compre sua briga desde o início. E com uma bela ajuda do roteiro, temos um dos grandes pontos positivos da série.

Claro que o excesso de episódios castiga um pouco a trama. A exemplo do que acontece em Arrow e Gotham, um espaço para “encher linguiça” acaba sendo criado. Mas o que a série soube fazer foi não se afundar nesse buraco. Lembra da primeira vez que Barry passeia pelo tempo? Era até então o melhor episódio da série. E lembra também o quanto doeu ver o episódio seguinte focar no Capitão Frio e seus amigos? O que tirar de positivo de um golpe como esse? Ora, agora existe um “acordo de cavalheiros” entre o Flash e um de seus nêmesis. Lembra que falei de infinitas possibilidades? O que vai sair desse acordo faz parte disso.


Os personagens de apoio são um show a parte. Se você ignorar o eterno lenga lenga entre Barry e Iris, vai conseguir enxergar que existe um elenco excelente ao redor. Caitlin, Joe, Eddie e principalmente Cisco e Harrison Wells/Eobard Thawne. Se Cisco cativa pela simpatia, inteligência e as sempre bem-vindas sacadas e referências nerds, Wells cativa pelo medo. Como todo bom nêmesis, sua insanidade é cativante. A frieza, falsidade, maldade e porque não respeito pelos que estão ao seu redor são misturados na medida certa. E cara, como torci por ele tantas e tantas vezes! Mas ele não é mal? Dane-se, ele é foda!

Quando você percebe que tudo faz parte de algo maior, já é tarde. A série já invadiu seu coração e sua mente. O roteiro bem construído sabe amarrar a trama, criando ligações onde nem se poderia imaginar. É o charme que The Flash tem. Conhecer e respeitar suas origens é algo que está em falta nesse novo mundo de atrações heroicas. E essa série tratou o cerne do Flash como algo sagrado. Colocar a viagem no tempo, a espinha dorsal do Velocista Escarlate, no momento certo fez com tudo que ficasse ainda mais incrível. Brincar com o futuro e suas referências (pegou o lance da Liga da Justiça também?), procurar um mínimo embasamento científico para apoiar as ideias e depois falar: toma aí buracos de minhoca e viagem no tempo é algo pra fazer todo nerd chorar.


The Flash abraça sua estranheza e loucura. Te faz parar e pensar: sério que estou vendo eles caçando um gorila com poderes psíquicos? E logo em seguida ligar o foda-se pois está adorando tudo aquilo e porque sabe que o Grood é um dos vilões mais bacanas do Flash. Abraçar seu melhor lado deveria ser a primeira regra em qualquer lugar onde algo de super-herói esteja sendo desenvolvido.

O season finale é brilhante! É lindo! É emocionante! E o melhor, deixa TODAS as perguntas que você tinha sem resposta. Quando Barry começa a viajar no tempo e enxerga as realidades alternativas, com a Nevasca, Museu do Flash, Jay Garrick, quando vemos ele preso no lugar do pai por algum motivo, tudo isso te faz arrepiar e pular na cadeira. É a nerdice que existe nas páginas dos quadrinhos ganhando vida. Ainda existem belos ganchos para a vindoura Legends of Tomorrow. Agora a Warner acertou a mão ao entregar referências dentro de um season-finale. Infinitas possibilidades meus amigos! Vida longa a todas elas!


The Flash é uma comemoração do espírito nerd. É um brinde a essa nova era em que vivemos. E deve ser a melhor série de super-herói nesse e em qualquer outro universo paralelo. Por isso eu lhe imploro nesse momento: Corra Barry, Corra! Mostre pro nosso mundo e pros outros o quanto ser nerd é maravilhoso.
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