Powers - Quando nem super poderes tornam algo legal

O texto a seguir pode conter spoilers dos primeiro episódio de Powers. Se você ainda não viu, pare agora e vá conferir... Já assistiu? Então vamos trocar umas ideias sobre esse mundo.
A moda (na falta de uma palavra melhor) do momento são os super-heróis. Não exatamente do momento, mas é que de alguns anos pra cá explodiram várias e várias adaptações e criações voltadas para esses personagens.

A PlayStation, ou Sony, teve uma ideia que parecia genial. Levar a história de Powers, muito bem escrita por Brian Michael Bendis, para as telinhas. É uma história que vai na contra mão do momento. Que deixa os super seres de lado, elevando a importância do fator humano. Pena que a ideia foi genialmente mal concebida.


Se você não conhece a história, vou te passar um breve resumo. O mundo está repleto de super seres. Bons e ruins. No meio disso tudo existe uma força policial voltada para a contenção dos caras maus. A frente da equipe está o detetive Christian Walker, que já jogou do lado dos Powers como o Diamond, mas que agora leva a vida fingindo ainda ser útil.

É uma baita premissa bacana, de verdade. A HQ mostra muito bem esse conflito entres os Powers e os humanos normais. Mas o importante é que os humanos não saem do foco, não são ofuscados por uma rajada de calor. São de fato os personagens mais interessantes. Pena que a série parece ignorar isso. Talvez visando um público mais interessado em fantasias e poderes do que numa boa trama, o episódio é repleto de codinomes, seres voadores e situações absurdas.

Sharlto Copley vive o detetive Walker, o cara que liga esses mundos tão diferentes. Não me levem a mal, acho Copley um excelente ator, mas seu papel aqui não convence de imediato. Não pela discrepância física da HQ para a série, mas pela mudança de personalidade. O Walker da TV é um chorão, que reclama para quem quiser ouvir que sente falta dos seus poderes, que sente culpa e tudo mais. Passa longo do badass Walker da HQ. Sem contar no fato de que todo mundo sabe que o cara é um ex-Power. Isso tira um ar de mistério da trama que poderia gerar algumas intrigas. Algumas dúvidas interessantes.


Outra coisa que incomoda - e espero que esteja entendendo que essa é minha opinião de m.... - é o vilão da série. Outro excelente ator, Noah Taylor, que sofre com a preguiça do roteiro. Ele vive o vilão teleportador John Royalle. Quando ele aparece, trazendo consigo a melhor cena de decapitação que já tive o prazer de ver, pensei na hora que ele seria um grande antagonista. Mas em alguns minutos já sabemos o que ele quer fazer, com quem e como vai fazer. Tem como não ficar chateado com isso? Saber o grande plano do vilão em 15 minutos é de uma decepção poderosa (o trocadilho era necessário).

Muitas subtramas permeiam o primeiro episódio e prometem se estender ao longo da curta temporada. Se duvidar, Powers pode virar uma espécie de CSI heróico. Onde o caso do dia é resolvido em duas cenas, e o resto do episódio é dedicado a contemplação dos super poderes. Que é isso Sony?! Você pode fazer melhor. O material tá na mão, só estudar um pouco. Essa análise (desabafo para alguns) cabe aqui apenas ao primeiro episódio. Espero muito que tudo isso mude nos próximos capítulos. Ficarie feliz se você voltar aqui me dizendo que falei caca e me chamando de babaca ;)
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